TY - JOUR AU - Garcia, Juliana Nogueira AU - Côrrea de Oliveira, Jardel PY - 2022/04/02 Y2 - 2024/03/29 TI - Revisão sobre o uso de inibidores de cotransportador sódio-glicose 2 e agonistas de peptídeo 1 em pessoas com diabetes mellitus tipo 2 e doença cardiovascular JF - Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade JA - Rev Bras Med Fam Comunidade VL - 17 IS - 44 SE - Artigos de Pesquisa DO - 10.5712/rbmfc17(44)2428 UR - https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/2428 SP - 2428 AB - <p><strong>Introdução: </strong>Introdução: Diabetes <em>mellitus</em> tipo 2 é um importante e crescente problema de saúde para todos os países. <strong>Objetivo:</strong> Este trabalho visa avaliar a qualidade da evidência disponível sobre os fármacos inibidores de sódio-glicose 2 e agonistas de glucagon 1 em pessoas com diabetes <em>mellitus</em> e doença cardiovascular aterosclerótica. <strong>Métodos: </strong>Realizou-se revisão integrativa utilizando as bases de dados MEDLINE via PubMed, Embase via Cochrane Library, Cochrane Library, LILACS via BVS. A pergunta de pesquisa foi estruturada da seguinte forma: população – pessoas com diabetes <em>mellitus</em> tipo 2 e doença cardiovascular estabelecida; intervenção – tratamento usual exceto insulina + inibidores de sódio-glicose 2 ou tratamento usual exceto insulina + agonistas de glucagon 1; controle - tratamento usual exceto insulina + placebo; desfecho – mortalidade geral, mortalidade por causas cardiovasculares, morbidade, efeitos adversos. <strong>Resultados: </strong>Selecionaram-se dois estudos sobre empagliflozina. Esse medicamento associado ao tratamento usual foi superior ao placebo associado ao tratamento usual no desfecho primário (HR 0,86; IC95% 0,74–0,99; p=0,04), na redução de hospitalização por insuficiência cardíaca (HR 0,65; IC95% 0,50–0,85; p=0,002), da mortalidade cardiovascular (HR 0,62; IC95% 0,49–0,77) e da mortalidade geral (HR 0,68; IC95% 0,57–0,82; p&lt;0,001). No subgrupo de pessoas com diabetes que não usavam insulina, houve benefício com empagliflozina em relação ao desfecho primário (HR 0,79; IC95% 0,64–0,97; DR 2,5; NNT 40) e a mortes de causa cardiovascular (HR 0,61; IC95% 0,44–0,85; DR 2; NNT 49). Houve heterogeneidade entre os subgrupos com benefício de empagliflozina no desfecho primário apenas para aqueles com idade ³65 anos (p=0,01) e hemoglobina glicada &lt;8,5 (p=0,01). Em relação às mortes por causas cardiovasculares, houve diferença (p=0,05) com o uso de empagliflozina reduzindo o risco somente no subgrupo com índice de massa corporal &lt;30. Não houve diferença significativa em relação ao placebo para acidente vascular encefálico fatal e não fatal, tampouco no desfecho composto de acidente vascular encefálico debilitante não fatal e acidente vascular encefálico fatal (HR 0,81; IC95% 0,43–1,50; p=0,50). Houve mais pessoas acometidas por acidente vascular encefálico no grupo intervenção em que a hemoglobina glicada inicial era ≥8,5%, favorecendo o placebo (p=0,01). <strong>Conclusões: </strong>Os dados encontrados favorecem o benefício de utilizar esse medicamento no Sistema Único de Saúde em pessoas com doenças cardiovasculares. Entretanto, houve heterogeneidade entre grupos populacionais, o que pode ajudar a delinear estratégias de uso para esses medicamentos. São necessários mais estudos para avaliar qual seria o motivo de não haver benefício em desfechos cerebrovasculares isoladamente.</p> ER -