Prevalência de esteatose hepática e consumo de álcool em participantes do Projeto Atividade Física na Vila
DOI:
https://doi.org/10.5712/rbmfc6(18)97Palavras-chave:
Fígado Gorduroso, Esteatose hepática, Esteatohepatite, Obesidade, AlcoolismoResumo
A esteatose hepática é um achado cada vez mais frequente em exames de rastreamento por estudo de imagem. Tem sido descrita associação entre esteatose, obesidade, resistência à insulina e síndrome metabólica (SM). Também parece existir sinergismo entre esteatose hepática, álcool e fibrose hepática. O objetivo foi descrever a prevalência de esteatose e de etilismo nos participantes do Projeto “Atividade Física na Vila” e avaliar sua associação com a presença de obesidade e obesidade visceral. Foi realizada ultrassonografia abdominal em 69 participantes, 53,02±1,26 anos, sendo avaliados a presença e o grau de esteatose e as medidas da gordura subcutânea e visceral (GV). Foram excluídos os pacientes com hepatite viral e com etilismo significativo na anamnese ou após teste AUDIT. Após análise inicial, 60 pacientes foram avaliados quanto aos dados antropométricos e divididos em 2 grupos: com e sem esteatose. A prevalência de etilismo foi de 8,7%. A esteatose hepática foi observada em 37% dos pacientes sendo a maioria classificada como leve e moderada (91%). O grupo com esteatose apresentou aumento significativo de IMC (34,±8,7 versus 29,8±6,5kg/m2), cintura abdominal (102,6±12,7 versus 95,3±12,3cm), peso (85,8±18,7 versus 74,5±17,7kg) e GV (47,9±10,5 versus 36,0±12,7mm). A esteatose hepática é comum em obesos, especialmente naqueles com obesidade visceral. Sabemos que o álcool e a obesidade visceral podem estar envolvidos em seu mecanismo fisiopatológico. Por isso, os pacientes com esteatose hepática e consumo excessivo de álcool podem apresentar maior chance de evoluir desfavoravelmente para a cirrose e insuficiência hepática.Downloads
Métricas
Referências
Sheth SG, Gordon FD, Chopra S. Nonalcoholic steato-hepatitis. Ann Intern Med. 1997;126:137-45. DOI: https://doi.org/10.7326/0003-4819-126-2-199701150-00008
Angulo P. Nonalcoholic fatty liver disease. N Engl J Med. 2002;346: 1221-31. DOI: https://doi.org/10.1056/NEJMra011775
Sass DA, Chang P, Chopra KB. Nonalcoholic fatty liver disease: a clinical review. Dig Dis Sci. 2005;50:171-80. DOI: https://doi.org/10.1007/s10620-005-1267-z
Neuschwander-Tetri BA, Brunt EM, Whwmwier KR, Oliver D, Bacon BR. Improved nonalcoholic steatohepatitis after 48 weeks of treatment with the PPAR-gamma ligand rosiglitazone. Hepatology. 2003;38(4): 1008-17. DOI: https://doi.org/10.1002/hep.1840380427
Carvalheira JBC, Saad MJA. Doenças associadas à resistência à insulina/hiperinsulinemia, não incluídas na síndrome metabólica. Arq Bras Endocrinol Metab. 2006 abr; 50(2):360-7. DOI: https://doi.org/10.1590/S0004-27302006000200022
Gaemers, IC, Groen AK. Novos esclarecimentos sobre a patogênese da doença gordurosa não-alcoólica do fígado. Current Opinion in Lipidology. 2006;17:268-73. DOI: https://doi.org/10.1097/01.mol.0000226118.43178.98
Pitella AM, Nazar A, Oliveira F, Maluly VG, d’Almeida e Silva F, Mexas PP. Esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) como co-fator de agravamento das hepatopatias. Informativo Med’Dor. 2006;6:6-7.
Carraro, LM Godoy-Matos A, Guedes EP, Lopes,AC. Obesidade: Etiologia. In: ABESO. Projeto Diretrizes Brasileiras de Obesidade; 2007. p. 19-26.
Monteiro CA, Conde WL. A tendência secular da obesidade segundo estratos sociais: Nordeste e Sudeste do Brasil, 1975-1989-1997. Arq Bras Endoc Metab. 1999;43:186-94. DOI: https://doi.org/10.1590/S0004-27301999000300004
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) [internet]. Pesquisa de orçamentos familiares, período 2002-2003. Tabela 1: Prevalência de déficit de peso, excesso de peso e obesidade na população com 20 anos de idade ou mais, por sexo, segundo Unidade da Federação, áreas urbanas do Municípios das Capitais e Regiões Metropolitanas. [acesso em 2006 Abr 7]. Disponível em: www.ibge.gov.br/home/estatistica/ populacao.
Laranjeiras R, Pinsky I. O Alcoolismo. 5. ed. São Paulo: Contexto; 1998.
Figlie NB, Laranjeira R, Bordin S. Aconselhamento em dependência química. São Paulo: Roca, 2004.
Babor TF, Grant M. Project on identification and management of alcohol-related problems: report on phase II. A randomized clinical trial of brief interventions in primary health care. Geneva: WHO; 3. Bien TH, Miller WR, Tonigan JS. Brief Interventions for Alcohol Problems: a review. Add.1993;88:315-35.
Saunders BJ, Aasland OG, Babor TF, De La Fuente RJ, Grant M. Development of the Alcohol Use Identification Test (AUDIT): WHO Collaborative Project on Early Detection of Persons with Harmfulk Alcohol Consumption - 11. Alc and Addic. 1993;88:791-804. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1360-0443.1993.tb02093.x
Méndez EB, Lima MS, Olinto MTA, Farreli M [internet]. Uma versão brasileira do AUDIT. 13° Congresso Brasileiro de Alcoolismo e Outras Dependências; 1999. [Acesso em 01/09/2007]. Disponível em http:// br.monografias.com/trabalhos/pessoas-audit-tratamento-alcoolismo/ pessoas-audit-tratamento-alcoolismo 2shtml.
Moll AJ. Esteatose hepática - Avaliação por ultra-sonografia. Informativo Med’Dor. 2006;6:6-7.
Mancini MC, Halpern A. Obesidade: como diagnosticar e tratar. Rev Med Bras. 2006;63:132-43.
Gomes MB, Giannella Neto D, Mendonça E, Tambascia MA, Fonseca RM, Réa RR et al. Prevalência de Sobrepeso e Obesidade em pacientes com Diabetes Mellitus do Tipo 2 no Brasil: Estudo Multicêntrico Nacional. Arq Bras Endocrinol Metab. 2006; 50/1:136-44. DOI: https://doi.org/10.1590/S0004-27302006000100019
Benchimol KB, Cardoso IS. Esteatohepatite não-alcoólica induzida por rápida perda de peso em uso de balão intragástrico: um relato de caso. Arq Bras Endocrinol Metab. 2007;51:631-4. DOI: https://doi.org/10.1590/S0004-27302007000400019
Teixeira RJ, Simão Y, Anderson MIP. Abordagem da Síndrome Metabólica. PROMEF 2006;ciclo 1(2):95-124.
Godoy-Matos AF, Moreira RO. Síndrome metabólica: implicações clínicas e tratamento. In: Vilar L (Ed.). Endocrinologia Clínica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. p. 266-74.
Pouliot MC, Despres JP, Lemieux S, Moorjani S, Bouchard C, Tremblay A, et al. Waist circumference and abdominal sagittal diameter: best simple anthropometric indexes of abdominal visceral adipose tissue accumulation and related cardiovascular risk in men and women. Am J Cardiol. 1994;73:460-8. DOI: https://doi.org/10.1016/0002-9149(94)90676-9
Soler GLN, Silva AWSM, Silva VCG, Teixeira RJ. Doença hepática gordurosa não-alcoólica: associação com síndrome metabólica e fatores de risco cardiovascular. Rev SOCERJ. 2008;2(2):94-100.
Matos AFG, Moreira RO. Síndrome metabólica: do diagnóstico ao tratamento. Diabetes mellitus. In: Lyra R, Cavalcante Ney (Ed.). Diabetes Mellitus. São Paulo: Atlanta; 2006. p. 171-82.
Monteiro CA, Mondini L, Souza ALM, Popkin BM. The nutrition transition in Brazil. Eur J Clin Nutr. 1995;49:105-13.
Grundy SM. Metabolic syndrome: connecting and reconciling cardiovascular and diabetes worlds. JACC. 2006;47:1093-100. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jacc.2005.11.046
Siebler J, Galle PR. Treatment of nonalcoholic fatty liver disease. World J Gastroenterol. 2006;12:2161-7.
Meriño-Ibarra E, Artieda M, Cenarro A, Goicoechea J, Calvo L, Guallar A, et al. Ultrasonography for the evaluation of visceral fat and the metabolic syndrome. Metabolism Clinical and Experimental. 2005;54(9):1230-5. DOI: https://doi.org/10.1016/j.metabol.2005.04.009
Bau CHD [internet]. Estado atual e perspectivas da genética e epidemiologia do alcoolismo. [citado 2007 Maio 23]. Ciên Saúde Col. 2002;7:183-90. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v7n1/ a17v07n1.pdf. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232002000100017
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Ao submeterem um manuscrito à RBMFC, os autores mantêm a titularidade dos direitos autorais sobre o artigo, e autorizam a RBMFC a publicar esse manuscrito sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 e identificar-se como veículo de sua publicação original.